Estudo Gráfico de Funções
Assíntotas
Assíntotas Verticais
Diz-se que a reta de equação é uma assíntota:
- vertical à esquerda para se está definida em , para algum , e
- vertical à direita para se está definida em , para algum , e
- bi-lateral para se é simultaneamente uma assíntota à esquerda e uma assíntota à direita.
👉 Só é preciso estudar a existência de assíntotas verticais nos pontos em que a função não é contínua.
Podem existir infinitas assíntotas verticais numa função, tal como é o caso da função
Exemplos
Exemplo 1
Função
Tem uma assíntota bi-lateral de equação .
Exemplo 2
Tem uma assíntota à direita de equação . É de salientar que esta função está definida na origem, sendo mesmo contínua à esquerda. Mesmo assim, tem uma assíntota neste ponto.
Assíntotas Não Verticais
Seja uma função que está definida em , para algum .
Diz-se que a reta é uma assíntota não vertical à direita de se
Também se diz, nesse caso, que a reta descreve o comportamento assintótico de quando .
Define-se de modo equivalente uma assíntota não vertical à esquerda de , .
👉 Caso ou não pertençam a , não existe assíntota não vertical (no "lado" que estiverem a verificar).
Pela unicidade do limite, existe no máximo, uma assíntota não vertical à esquerda e uma assíntota não vertical à direita.
Assíntotas Não Retilíneas
warning
Este tipo de assíntotas é conhecimento extra que não será avaliado.
A explicação de como determinar assíntotas não retilíneas (não verticais) encontra-se nas páginas 3 e 4 do PDF da aula 19. Entre outros, exemplos destas assíntotas são assíntotas quadráticas e assíntotas exponenciais.
Paridade de funções
Conjunto Simétrico
Diz-se que é um conjunto simétrico se .
Seja um conjunto simétrico e uma função definida em . Diz-se que
- é uma função par se para todo o . Também se diz, nesse caso, que é simétrica em relação ao eixo .
- é uma função ímpar se para todo o . Também se diz, nesse caso, que é simétrica em relação à origem.
- é uma função simétrica se é par ou é ímpar.
Simetria em relação a
Também é possível estudar a simetria num eixo sem ser ou num ponto sem ser a origem.
Conjunto simétrico em relação a
Diz-se que é um conjunto simétrico a se .
Uma função definida num conjunto simétrico em relação a é simétrica em relação ao eixo se para qualquer .
Uma função definida num conjunto simétrico em relação a é simétrica em relação ao ponto se .
Exemplo
Tenhamos
É fácil verificar que, sendo ,
e que ou, mais simplesmente que a função definida por
é uma função par de domínio
Se, por exemplo, se calcular tem-se, de imediato e sem mais cálculos, que . Esta simplificação não é muito interessante, mas supondo que se pretende determinar as derivadas laterais nos ponto 0 e 2, o que tem que ser feito pela definição, o resultado já é mais interessante. Tem-se
Para calcular usando a definição ter-se-ia que fazer algo semelhante mas tendo cuidado com o passar para dentro da raiz que daria origem ao aparecimento de um sinal negativo no exterior da raiz,
Usando a simetria, como a derivada de uma função par é ímpar, ter-se-ia, simplesmente,
Periodicidade
Conjunto Periódico
Sejam e . Diz-se que é um conjunto periódico de período se .
Também se diz que admite período . Diz-se que é um conjunto periódico se ele admite algum período positivo.
Chama-se período principal de ao ínfimo do conjunto . Por outras palavras, o período principal de é o período mínimo positivo que o conjunto admite.
Se admite período , então admite período , logo o período não é único.
Função periódica
Sejam um conjunto periódico e . Diz-se que admite o período se admite o período e , para qualquer .
Diz-se que uma função é periódica se admite um período positivo.
Define-se o período principal positivo de uma função não constante e periódica como sendo o ínfimo do conjunto .
👉 Uma grande vantagem das funções periódicas é que basta saber o seu comportamento num intervalo qualquer da forma e sabe-se o seu comportamento em qualquer ponto de .
Estudo Completo de uma Função
O estudo completo de uma função consiste nos seguintes passos:
- Domínio, simetria e periodicidade. Neste ponto podem ainda incluir-se as interseções com os eixos. Caso haja simetria ou periodicidade, esse facto deverá afetar o estudo seguinte, simplificando-o.
- Continuidade e assíntotas. Aqui deve incluir-se o estudo da existência e prolongamento contínuo aos pontos de . Caso exista prolongamento contínuo em algum desses pontos o restante estudo deve incidir sobre esse prolongamento.
- Diferenciabilidade, monotonia e extremos.
- Diferenciabilidade da derivada, concavidade e inflexões. Aqui é útil incluir a determinação do declive da tangente nos pontos de inflexão.
- Gráfico e contradomínio. Aqui é útil começar por elaborar um quadro resumo de todo o conhecimento obtido sobre a função.
Das páginas 8-10 da Aula 19 encontra-se o estudo completo da função
que é bastante importante ver.
PDFs: