Exemplos
Seja
f(x,y)=(excosy,exsiny)x,y∈Rf:R2→R2C1 Será que f é invertível numa vizinhança de (1,0)?
Começamos então por calcular a Jacobiana de f, e ver se esta é nula em (1,0).
Df(x,y)=[excosyexsiny−exsinyexcosy] Df(1,0)=[e00e] detDf(1,0)=e2=0 Então, pelo Teorema da Função Inversa, f é invertível numa vizinhança de (1,0) e
Df−1(u,v)=(Df(f−1(u,v)))−1 f(1,0)=(e,0)⟹f−1(e,0)=(1,0)Df−1(e,0)=(Df(f−1(e,0)))−1=(Df(1,0))−1=[e00e]−1=[e100e1]
Este exemplo corresponde ao exercício 1 da ficha 8
f:{(x,y)∈R2,x=0}→R2f(x,y)=(xy,xy) a. Mostre que f não é injetiva.
Temos de encontrar 2 pontos c/ a mesma imagem.
{f(1,1)=(1,1)f(−1,−1)=(1,1) f(x,0)=(0,0),∀x=0 b. Encontrar um subconjunto (aberto) do domínio onde f seja injetiva
D={(x,y)∈R2:x,y>0} Será que f é injetiva em D?
f(x1,y1)=f(x2,y2),(x1,y1),(x2,y2)∈D Então, será que (x1,y1)=(x2,y2)?
f(x1,y1)=f(x2,y2)⇔{x1y1=x2y2x1y1=x2y2⇒{y1=x1x2y2x12x2y2=x2y2⇒{y1=x1x2y2x12x2=x21⇒{−x22=x12⇒⎩⎨⎧y1=x1x2y2x2=x1∨impossıˊvel porquex1,x2>0x2=−x1⇒{y1=y2x1=x1 Logo é injetiva
c. Mostre que f tem inversa local em torno do ponto (2,2)
Sim, porque (2,2)∈D e f é injetiva em D.
Aplicando o Teorema da Função Inversa,
- f∈C1
- f(x,y)=(xy,xy)
- f(2,2)=(4,1)
Df(x,y)=[y−x2yxx1]Df(2,2)=[2−21221]
- detDf(2,2)=1−(−1)=2=0
Pelo Teorema da Função Inversa, a função é localmente invertível em (2,2).
d. Calcule Df−1(4,1), em que f−1 designa uma das funções inversas de f
f−1(4,1)=(2,2)
Df−1(4,1)=(Df(2,2))−1=[2−21221]−1=[4141−11]
Exemplos
Mostre que numa vizinhança de (0,π) a equação F(x,y)=x2y+sin(x+y)=0 define y como função de x.
Começamos por certificar as condições para aplicar o Teorema da Função Implícita:
- F∈C1
- F(0,π)=02×π+sin(0+π)=0
- ∂y∂F(0,π)=x2+cos(x+y)(0,π)=cos(π)=−1=0
∂y∂F é a matriz jacobiana relativa às variáveis que vão ficar dependentes
Pelo Teorema da Função Implícita, numa vizinhança de (0,π), existe y=f(x).
f′(0)=−(∂y∂F(0,π))−1⋅∂x∂F(0,π)=−−11(2xy+cos(x+y))(0,π)=−1
Mostre que na vizinhança de (1,1,1,1) as equações
{xu+yvu2=2xu3+y2v4=2 definem u e v como funções de x e y.
Além disso, calcule ∂x∂u(1,1)
Podemos então escrever
F(x,y,u,v)=(xu+yvu2−2,xu3+y2v4−2)
De seguida, verificamos as condições para a aplicação do teorema:
- F∈C1
- F(1,1,1,1)=(1+1−2,1+1−2)=(0,0)
D(u,v)F=[x+2yvu3xu2yu24y2v3](1,1,1,1)=[3314]
- detD(u,v)F=9=0
Pelo Teorema da Função Implícita, numa vizinhança de (1,1,1,1), existe (u,v)=f(x,y).
D(x,y)f(1,1)=−[D(u,v)F(1,1,1,1)]−1DF(x,y)(1,1,1,1)=...=[−310−92−31] Pelo que ∂x∂u=−31, correspondente à entrada 0,0 da matriz acima.
(u,v)=f(x,y)=(f1(x,y),f2(x,y)) {u=f1(x,y)v=f2(x,y)⇒{u=u(x,y)v=v(x,y)
Considerando
x3+x2y+ey2−1=3e a=(1,1) Será que é possível definir y em função de x, isto é, existe y=y(x)?
- F(x,y)=x3+x2y+ey2−1−3
- F∈C1
- F(a)=0⇔F(1,1)=1+1+1−3=0
- detDyF=x2+2yey2−1(x,y)=(1,1)=1+2=3=0
Pelo Teorema da Função Implícita, numa vizinhança de (1,1), existe y=y(x) e F(x,y(x))=0
Qual o valor de y′(1) e y′′(1)?
Sabemos que y(1)=1. Logo, pelo Teorema da Função Implícita, podemos escrever:
y′(1)=−(∂y∂F)−1⋅∂x∂F=−31⋅∂x∂F(1,1)=−35 Para descobrirmos o valor de y′′(1) precisamos primeiro de descobrir a expressão de y′(x)
para podermos usar a regra da cadeia.
∂x∂F(1,1)=3x2+2xy(1,1)=5 Sabendo que F(x,y(x))=0,∀x na vizinhança de 1, podemos usar a
regra da cadeia para obter
a expressão de y′(x):
dxdF(x,y(x))=0⇔∂x∂F(x,y(x))+∂y∂F(x,y(x))⋅∂x∂y=0⇔y′=∂x∂y=−(∂y∂F)−1∂x∂F dx2d2(F(x,y(x)))=0⇔dxd(∂x∂F(x,y(x))+∂y∂F(x,y(x))⋅y′(x))=0⇔∂x2∂2F+∂x∂y∂2F⋅y′(x)+(∂x∂y∂2F+∂y2∂2F⋅y′(x))⋅y′(x)++∂y∂F(x,y(x))⋅y′′(x)=0 (1)
Determinando agora os valores necessários:
∂x∂F=3x2+2xy∂x2∂2F=6x+2y∂x2∂2F(1,1)=8∂y∂F=x2+2yey2−1∂x∂y∂2F=2x∂x∂y∂2F(1,1)=2∂y∂F(1,1)=3∂y2∂2F=4y2ey2−1+2ey2−1∂y2∂2F(1,1)=6 Então, substituindo na expressão (1), e relembrando que y′(1)=−35,
dx2d2(F(x,y(x)))=0⇔8+2y′(1)+(2+6⋅y′(1))⋅y′(1)+3y′′(1)=0⇔y′′(1)=−31(8+2y′(1)+2y′(1)+6(y′(1))2)⇔y′′(1)=−31(8+2(−35)+2(−35)+6(−35)2)⇔y′′(1)=−6
Considerando
F(x,y)=xy,C1 podemos descobrir o seguinte:
F=0⇔x=0∨y=0 Podemos aplicar o Teorema da Função implícita quando x=0 ou quando y=0.
Assim, no ponto (x0,y0)=(0,0) sabemos que F(x0,y0)=0.
Será que existe y=y(x) neste ponto?
∂y∂F=x∣x0,y0=0=0 Não, pois o determinante é nulo.
E x=x(y)?
∂x∂F=y∣x0,y0=0=0 Não, pois o determinante é nulo.
Considerando agora o ponto (x0,y0)=(0,1).
Será que existe x=x(y) neste ponto?
∂x∂F=y∣(x0,y0)=(0,1)=1 Sim, o Teorema da Função Implícita aplica-se.
Este exemplo corresponde ao exercício 4 da ficha 8
Mostre que a equação 2z+x2z5+y2x3+xy=2 define implicitamente z como função de x e
de y, em torno do ponto (0,0,1). Calcule o valor de ∂y∂x∂2z(0,0).
Começamos por definir a função F:
F(x,y,z)=2z+x2z5+y2x3+xy−2 Verificamos as condições para aplicação do TFI:
- F∈C1
- F(0,0,1)=2+0+0+0−2=0
- detDzF(0,0,1)=∂z∂F(0,0,1)=[2+5x2z4](0,0,1)=2=0
Pelo Teorema da Função Implícita, numa vizinhança de (0,0,1),
z=z(x,y)F(x,y,z(x,y))=0 Dx,yz=−(DzF)−1Dx,yF=−2+5x2z41⋅Dx,yF=−2+5x2z41[2xz5+3x2y2+y2yx3+x] Então,
∂x∂z=−2+5x2z42xz5+3x2y2+y E voltando a derivar esta expressão, em ordem a y:
∂y∂x∂2z=∂y∂(−2+5x2z42xz5+3x2y2+y)=−(2+5x2z4)2(10xz4∂y∂z+6x2y+1)⋅(2+5x2z4)−(2xz5+3x2y2+y)⋅(20x2z3∂y∂z) Para (x,y)=(0,0) e z=1:
∂y∂x∂2z(0,0)=−42−0=21