Dizemos que duas variáveis X e Y são independentes e identicamente distribuídas se X⊥⊥Y e tiverem a mesma distribuição (com os mesmos parâmetros).
Denotamos duas VA's independentes e identicamente distribuídas por X∼iidY e abreviamos esta expressão frequentemente para iid.
Este conceito vai ser muito usado daqui em diante.
Distribuições de Combinações Lineares de VA
Comb. Lineares de Binomiais
Se Xi∼binomial(ni,p) forem variáveis independentes entre si para i∈{1,2,⋯,k} então
i=1∑kXi∼binomial(i=1∑kni,p)
De uma forma intuitiva, o que isto significa é que se eu primeiro fizer n1 provas de Bernoulli, depois fizer mais n2, e por aí em diante até nk, o número de sucessos que vou ter no total corresponde ao número de sucessos que tive nas primeiras n1 tentativas, mais os que tive nas n2 seguintes, consecutivamente até às últimas nk experiências.
Note-se que isto só é válido se todas as provas de Bernoulli tiverem o mesmo parâmetro, ou seja, a mesma probabilidade de sucesso.
Comb. Lineares de Poisson's
Se Xi∼Poisson(λi) forem variáveis independentes entre si para i∈{1,2,⋯,k} então
i=1∑kXi∼Poisson(i=1∑kλi)
De uma forma intuitiva, o que isto significa é que se tivermos k eventos que esperamos que ocorram λ1,λ2,⋯,λk vezes, respetivamente, num dado intervalo, então esperamos que a união desses eventos aconteça λ1+λ2+⋯+λk vezes nesse dado intervalo.
Isto é uma consequência da linearidade do valor esperado.
Comb. Lineares de Normais
Se Xi∼normal(μi,σi2) forem variáveis independentes entre si para i∈{1,2,⋯,k} então
i=1∑kciXi∼normal(i=1∑kciμi,i=1∑kci2σi2)
Isto é uma consequência direta das propriedade vistas acima para o valor esperado e variância de combinações lineares de VA's.
Note-se que ao contrário dos outros casos, aqui vale qualquer combinação linear das VA's, e não apenas somas.
Comb. Lineares de Exponenciais
Se X∼exponencial(λ) então
cX∼exponencial(cλ)
Isto é uma consequência direta de E(cX)=cE(x) (relembre-se que o valor esperado de uma VA X∼exponencial(λ) é λ1)
Teorema do Limite Central
Sejam Xi,X2,⋯,Xn VA iid com valor esperado μ e variância σ2.
Consideremos as VA
Por outras palavras, temos que, para n suficientemente grande,
nσ2Sn−nμ∼anormal(0,1)
nσ2Xn−μ∼anormal(0,1)
Por observação empírica, verificou-se que esta aproximação fica razoável para valores de n superiores a 30.
Este teorema permite-nos obter várias aproximações para distribuições.
Vamos ver, agora, aproximações de distribuições, algumas das quais seguem do TLC.
Aproximações de Distribuições
Estas aproximações não são lecionadas no programa de 2021/22.
Uma VA X∼hipergeomeˊtrica(N,M,n) pode ser aproximada por
X~∼binomial(n,NM)
para n<0.1N
A lógica por trás desta aproximação é que se a população for muito maior que a amostra (isto é, o número de indivíduos analisados), a não-reposição torna-se negligenciável.
Uma VA X∼binomial(n,p) pode ser aproximada por
X~∼Poisson(np)
para n>20 e p<0.1.
Uma VA X∼binomial(n,p) pode ser aproximada por
X~∼normal(np,np(1−p))
para np>5 e n(1−p)>5.
Isto é uma consequência do TLC.
Uma VA X∼Poisson(λ) pode ser aproximada por
X~∼normal(λ,λ)
para λ>5.
Isto é uma consequência do TLC.
Correção de Continuidade
Quando aproximamos VA discretas por VA contínuas, normalmente fazemos uma pequena correção para melhorar a aproximação: